O primeiro computador Mac faz 40 anos – e continua em uso
Ele já havia observado versões anteriores de computadores pessoais quando era criança.
Blatner costumava ir de bicicleta até o Centro de Pesquisa da Xerox em Palo Alto, na Califórnia (Estados Unidos), onde seu padrasto trabalhava nos anos 1970. Ali, ele conseguiu operar os primeiros computadores pessoais, como o Alto, que tinha uma interface gráfica e um mouse.
Hoje, ele é presidente do portal CreativePro Network, dedicado a profissionais da área de criação.
Mas Blatner precisou esperar ainda mais uma década até conseguir seu próprio computador, com a chegada do Macintosh da Apple.
No dia 24 de janeiro de 1984, um homem chamado Steve Jobs (1955-2011) subiu em um palco e retirou uma caixa bege de uma maleta de transporte. Ele introduziu um disco flexível na caixa e ficou esperando.
Ao som da música-tema de Carruagens de Fogo, a palavra “Macintosh” varreu a minúscula tela daquele computador e surgiu uma série de imagens monocromáticas. A plateia formada por acionistas da Apple ficou encantada e enlouquecida.
Pelos padrões da tecnologia atual, a tela minúscula, o formato de caixa e os elementos gráficos rudimentares do Macintosh original parecem ridículos.
Aquele aparelho não foi nem mesmo o primeiro computador pessoal. Mas, sem dúvida, foi o primeiro a mudar o mundo.
O pomposo lançamento feito por Steve Jobs no Centro Flint em Cupertino, na Califórnia, passou a servir de modelo para suas muitas apresentações posteriores de aparelhos da Apple, incluindo o iMac e o iPhone.
Hoje, o Mac 128K — assim chamado porque vinha com 128 KB de RAM (na sigla em inglês, memória de acesso aleatório) — é uma peça de museu. A Apple deixou de produzir o aparelho em outubro de 1985 e suspendeu sua assistência de software em 1998.
Mas um punhado de obstinados admiradores ainda usa seus computadores Mac 128K até hoje, apesar das frustrações. Afinal, essas máquinas são extremamente limitadas devido à sua pouca capacidade de memória.
Criativo e duradouro
Mesmo com sua memória diminuta, gráficos rudimentares, ausência de modem e sem possibilidade de conexão à internet, existe uma comunidade de ávidos fãs que se divertem operando esse equipamento aparentemente antiquado.
O historiador da computação David Greelish, da Flórida (EUA), lançou em janeiro um documentário sobre o predecessor do 128K, o Apple Lisa.
Ele destaca a criatividade da placa-mãe original do 128K.
"Ela tem tudo: ROM, RAM, processador e todas as entradas e saídas", conta.
"Tudo está ali em uma pequena e bela placa quadrada integrada. Para 1984, era incrível."